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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Elementos românticos e clássicos em Frei Luís de Sousa

Elementos românticos em Frei Luís de Sousa

- Título da peça
- Crença no Sebastianismo
- Patriotismo/Nacionalismo
- Religiosidade ( catolicismo)
- Individualismo
- Tema da morte
- O final da peça
                                                                              A Linguagem
- Tom quase coloquial /fluente
- Abundância de pontuação (........................; ............................;...........................)
- Elipses(omissão de palavras); repetições
- Ausência do verso como língua dramática
                                                                  contrário

                                                                                À linguagem altiva, rebuscada, complexa e abstrata do teatro clássico



Elementos clássicos em Frei Luís de Sousa

- Elementos trágicos

- Lei das três unidades 

- Personagens sublimes 

- Número reduzido de personagens 

Frei Luís de Sousa



Origens do movimento romântico em Portugal

Em Portugal, o Romantismo está diretamente ligado às lutas liberais, porque os escritores românticos mais representativos deste movimento estético – Garrett e Herculano – foram combatentes liberais. Qualquer destes escritores foi exilado político na altura das lutas liberais, tendo vivido em França e Inglaterra. Ao regressarem, trouxeram consigo os ideais deste novo movimento estético-literário que introduziram em Portugal.
Assim, é o poema Camões de Garrett, publicado em Paris em 1825, que assinala o início do Romantismo em Portugal.

Características do Romantismo

1. O individualismo – O “eu” é o valor máximo para os românticos. Por isso, o romântico afirma o culto da personalidade (egocentrismo), da expressão espontânea de sentimentos, do confessionalismo e a subjectividade.

2. O idealismo – O romântico aspira ao infinito e a um ideal que nunca é atingido. Por isso, valoriza o devaneio e o sonho.

3. A inadaptação social – Por isso, mantêm uma atitude de constante desprezo e rebeldia face à realidade e às normas estabelecidas, considerando-se inadaptado e vítima do destino.

4. Privilegia a liberdade como um valor máximo – Contrariamente ao classicismo que cultiva a razão, o romântico cultiva o sentimento e a liberdade, daí a expressão “Viva a liberdade!”.

5. A atração pela melancolia, pela solidão e pela morte como solução para todos os males.

6. A sacralização do amor – O amor é um sentimento vivido de forma absoluta, exagerada e contraditória, precisamente por ser um ideal inatingível. A mulher ou é um ser angelical bom (mulher-anjo, que leva à salvação), ou é um ser angelical mau (mulher-demónio, que leva à perdição).

7. O “mal du siède” ou o “spleen” – É o pessimismo, o cansaço doentio e melancólico, a solidão, uma espécie de desespero de viver, resultante da posição idealista que mantém perante a vida. Por isso, o romântico é sempre um ser incompreendido que cultiva o sofrimento e a solidão.

8. O gosto pela natureza noturna – Para os românticos, a natureza é a projecção do seu estado de alma, em geral tumultuoso e depressivo. Assim, esta é representada de forma invernosa, sombria, agreste, solitária e melancólica (“locus horrendus”), contrariamente ao “locus amoenus” dos clássicos, que é uma natureza luminosa, harmoniosa e primaveril. Esta natureza noturna traduz a atracção que o romântico tem pela própria morte.

9. O amor a tudo o que é popular e nacional – Para o romântico, é no povo que reside a alma nacional. Daí o gosto pela Idade Média, pelas lendas, pelas tradições, pelo folclore, por tudo o que é nacional.

10. A linguagem é declamativa e teatral, porém o vocabulário é muitas vezes mais corrente e familiar.

Frei Luís de Sousa

Características do teatro clássico

As principais características da tragédia antiga são as seguintes:

1. Na tragédia antiga, o Homem é um mero joguete do Destino. Este é uma força superior que age de forma inexorável sobre o protagonista, sem que ele tenha qualquer culpa.
2. Dividia-se em prólogo, três atos e epílogo.
3. Tem poucas personagens (três). Estas são nobres de sentimentos ou de condição social.
4. A ação dispõe-se sempre em gradação crescente, terminando num clímax.
5. Contém sempre vários elementos essenciais – o desafio, o sofrimento, o combate, o Destino, a peripécia, o reconhecimento, a catástrofe e a catarse.
6. Existia um coro que tinha como função comentar e anunciar o desenrolar dos acontecimentos.
7. A tragédia clássica obedece à lei das três unidades – unidade de espaço (não há em geral mudança de cenário e os acontecimentos passam-se todos no mesmo lugar), unidade de tempo (todos os acontecimentos têm de se desenrolar nos espaço de 24 horas, mostrando que a ação do Destino é imperativa e fulminante) e unidade de ação (a tragédia antiga exige que o espectador se centre apenas no problema central, sem desvio para ações secundárias).
8. A linguagem da tragédia é em verso

Elementos essenciais da tragédia

A Hybris  O desafio
Consiste num desafio que o protagonista realiza, após um momento de crise. Tal desafio pode ser contra a lei dos deuses, a lei da cidade, as leis e os direitos da família, ou, finalmente, contra as leis da natureza.

O Pathos  O sofrimento
A sua decisão, o seu desafio, a sua revolta, têm como consequência o seu sofrimento, que ele aceita e que lhe é imposto pelo Destino e executado pelas Parcas. Tal sofrimento será progressivo.

O Agón  O combate
É o combate ou a luta que nasce do desafio e se desenrola na oposição de homens contra deuses, de homens contra homens ou de homens contra ideias. Pode ser físico, psicológico, individual ou coletivo. O conflito é a alma da tragédia.

A Anankê O Destino
É o Destino, sombria potestade a que nem aos deuses é permitido desobedecer. É, pois, cruel, implacável e inexorável.

A Peripéteia  A peripécia
É a súbita mutação dos sucessos, no contrário. A peripécia é, pois, um acontecimento quase sempre imprevisto que altera completamente o rumo da ação, invertendo a marcha dos acontecimentos e precipitando o desenlace.

A Anagnórisis   O reconhecimento
É o aparecimento de um lado novo, quase sempre a identificação de uma personagem culta. Para Aristóteles, o reconhecimento devia dar-se juntamente com a peripécia.

A Katastophé A catástrofe
Desenlace fatal onde se consuma a destruição das personagens. A catástrofe deve vir indiciada desde o início, dado que ela é a conclusão lógica da luta entre a Hybris e a Anankê, luta que é crescente (clímax) e atinge o ponto culminante (acmê) na anagnórise.

A Katársis  A catarse
É o efeito completo da representação trágica que visa purificar os espectadores de paixões semelhantes às dos protagonistas, pelo terror e pela piedade.

Características do drama romântico

1. Foi criado por Victor Hugo, o grande mestre do Romantismo francês.
2. O Romantismo valoriza a ação do Homem, por isso o herói já não é joguete do destino, mas das próprias paixões humanas.
3. O drama romântico pretende fazer uma maior aproximação da realidade. Assim Victor Hugo propõe uma aproximação entre o sublime e o grotesco, conforme a vida real. Tem também preferência por temas nacionais.
4. A linguagem deverá corresponder à realidade e por isso é em prosa.
5. A personagem imaginária constituída pelo coro desaparece.

Génese de Frei Luís de Sousa

1. Manuel de Sousa Coutinho, nascido em 1556, era fidalgo de linhagem e levou uma vida acidentada por terras de África e de Ásia. Consta que lançara fogo ao seu palácio de Almada, em 1599, por divergências políticas ou pessoais com os governadores do Reino em nome dos Filipes. Casara com D. Madalena de Vilhena, anteriormente mulher de D. João de Portugal, que morreu em Alcácer Quibir, em 4 de Agosto de 1578. O seu biógrafo Frei António da Encarnação regista a tradição segundo a qual a entrada de ambos os cônjuges na ordem dominicana, em 1612, se deveria ao regresso inesperado de D. João de Portugal.