Se eu mandasse no Destino
Há cerca de vinte e quatro séculos, o ilustre Demócrito referiu algo em que acredito piamente: “O carácter de um homem faz o seu destino”.
Dado que o caráter se revela nas nossas ações que trazem sempre consequências, e que, dia após dia, vão construindo o nosso futuro, esta é a minha definição de destino!
Nós vivemos em sociedade e, como tal, estamos todos interligados. As minha ações estão certamente condicionadas e influenciadas pelas vossas e vice-versa. É como se os nossos destinos se moldassem mutuamente, o que não significa que se restrinjam.
Como tal, um homem inerte, cómodo, preguiçoso e sem ambições, sujeita-se a adquirir o futuro que o resto da sociedade lhe oferece. Já um homem trabalhador, autónomo, ambicioso e sonhador, torna-se quem ambiciona ser, independentemente do que os outros elementos da sociedade lhe queiram impor.
Isto é a nossa realidade que não é universal. Existem várias sociedades que limitam a inúmeros níveis o futuro dos seus cidadãos. Por exemplo, a Coreia do Norte, os países menos desenvolvidos de África , onde é muito pouco provável que uma criança, por mais que se esforce, consiga tornar-se um astronauta, ou até mesmo alguns países muçulmanos onde é impensável que uma mulher se torne um empresária de sucesso.
Se eu mandasse no destino, não só no meu, mas no de toda a humanidade, eu distribuiria igualmente as oportunidades, para que cada um pudesse escrever a sua própria história pelas suas próprias mãos, guiadas apenas pelas suas metas e ambições.
Mas, sabem que mais? Eu não mando no destino; não mando no futuro; eu não mando no vosso futuro. Porém, como eu já referi anteriormente, posso influenciá-lo. Como tal, espero que hoje possam sair por aquela porta pessoas um bocadinho mais gratas, porque o presente que vivemos é o futuro pelo qual muitos lutam toda a vida para obter e, porque nós temos o privilégio de poder afirmar que somos os únicos responsáveis pelo nosso futuro, nós e só nós.
Apresentação oral da Beatriz Coelho