Correção do teste 3 com base nas respostas dos alunos
11ºC
GRUPO I
1) Este
excerto de Frei Luís de Sousa integra o ato II da obra, ao nível da estrutura
externa, e faz parte do conflito no que concerne à estrutura interna.
Este excerto é muito importante para o desenvolvimento da ação, dado situar-se
no momento em que Manuel de Sousa Coutinho está prestes a partir para Lisboa,
levando a sua filha Maria consigo, e deixando a sua esposa Madalena sozinha. É
uma das duas peripécias da peça, pois vai alterar o rumo dos acontecimentos, ao
permitir a criação de um ambiente propício ao aparecimento do Romeiro e à sua
confissão de que D. João de Portugal está vivo.
Efetivamente, logo depois da partida de Manuel, Maria e Telmo para
Lisboa, o Romeiro retorna ao seu palácio, e o facto de a família de Madalena
não estar presente quando tal acontece, vai contribuir para que o mesmo
interprete a situação de forma a dar-se o momento auge da peça: o
reconhecimento.
2. Através
deste excerto e de toda a obra, conseguimos perceber uma clara diferença de
personalidade entre D. Madalena e Manuel de Sousa.
Enquanto
Madalena se mostra uma pessoa mais sentimental e vulnerável a qualquer pequeno
desafio, como pode ser visto na passagem seguinte: “Tenho este medo, este
horror de ficar só…de vir a achar-me só no mundo”, em que existe um exagero nas
emoções relativamente à situação, Manuel é uma personagem muito mais calculista,
racional e calma, como demonstra no excerto: “Parece que vou eu agora embarcar
num galeão para a Índia…”, onde percebemos que consegue diminuir os exageros
criados por parte de Madalena.
Outro traço caracterizador de ambas as
personagens prende-se com a religião. Ambos são muito religiosos e entregam
tudo nas mãos de Deus ( “estão entregues a Deus”, “Deu-lhe Deus muita força”),
são passagens que mostram essa confiança e procura de explicação para os problemas,
bem como o refúgio em Deus. No entanto, Manuel consegue ser mais assegurador e
cuidadoso de forma a garantir à sua esposa que nada de mal irá acontecer. Esse
cuidado e segurança transmitidos por Manuel estão presentes na seguinte
passagem: “Não tenhais cuidado, vamos todos com ela”.
Pelo contrário, Madalena, apesar da crença em
Deus, está sempre receosa, sobressaltada e atormentada com o passado e como
este poderá ter consequências nefastas no presente e futuro da família.(“Que queres? Não está na minha mão”… até… “Adeus! Outro
abraço. Adeus!”)
3) Frei Luís
de Sousa, sendo considerado um drama por uns e uma tragédia por Garrett,
apresenta tanto elementos trágicos como românticos.
Neste
excerto, podemos notar a abundância de pontuação, que é uma característica
romântica. O uso exagerado de reticências, pontos de exclamação e pontos de
interrogação transmitem mais facilmente ao espectador as emoções das
personagens e evidenciam as angústias que estão a sentir, mesmo não estando
expressas em palavras. Nas cenas retiradas da obra, a personagem de Madalena
é que mais apresenta este tipo de pontuação, e ela é a que se encontra mais
inquieta e preocupada.
No que se refere ao elemento trágico,
podemos encontrar os presságios (Pathos). Estes, situados ao longo da obra,
servem para avolumar a tensão das personagens, do ambiente, e também do próprio
espectador, pois anunciam desgraça.
Esta obra, na totalidade, tem imensos
presságios, mas neste excerto podemos encontrar, pelo menos, dois. Um deles é a
menção da história da condessa de Vimioso e o outro é a fala de Manuel: “A
nossa situação é tão diferente.” (l. 37).
Estes agoiros, juntamente com a pontuação, prenunciam
um destino fatal que pode estar guardado para esta família e inquietam o espectador.
Para além disso, criam um ambiente propício ao reconhecimento, já que Madalena
fica sozinha naquele dia aziago para ela, intensificando o terror e o seu
sofrimento.
4)Nas civilizações antigas, a forma mais
comum de transmissão de histórias era a oral. Quando escritas, eram feitas em
verso, já que dessa forma têm particularidades rítmicas e recorrentes fónicas,
que ajudavam na memorização.
A
poesia trovadoresca, que surgiu em Portugal, na Galiza, em Leão, Castela e
Aragão, desenvolvendo-se desde finais do século XII até meados do século XIV,
estendeu-se por todas as classes sociais (sendo tocada, cantada e composta por
trovadores e jograis e dançado pelas soldadeiras). Dividia-se em dois géneros:
na poesia lírica e na poesia satírica.
Atendendo à poesia lírica, deparamo-nos
com cantigas de amigo e cantigas de amor, nas quais o papel da mulher é
evidente.
Nas cantigas de amigo, a mulher está
presente como sendo o sujeito poético. Uma donzela, apaixonada e saudosa,
expressa os seus sentimentos de felicidade amorosa, saudade, ansiedade ou
desespero, e recorda o amado. A sua confidência amorosa (a quem pede ajuda e
conselhos ou a quem expressa emoções) é a sua mãe -mulher experiente e próxima-
as amigas, estando a mulher novamente presente, ou a Natureza, aqui
personificada. Exemplo disso é a cantiga “ Ai flores de verde pino”.
Nas cantigas de amor, a mulher é amada
pelo eu lírico. É idealizada e elogiada em termos superlativos pela sua
elevação moral e social, mas, ao contrário das cantigas de amigo (onde se
aborda a cor de pele, olhos e cabelo), não é descrita fisicamente. O amador
coloca a sua “dona” numa posição quase inatingível e presta-lhe vassalagem
amorosa, colocando-se numa posição inferior e servindo-a com diligência e
seriedade, sofrendo a coita d’amor, como podemos ver na cantiga “Se eu pudesse
desamar”.
Assim, o papel da mulher, ainda que
distinto nas duas cantigas, é evidente e relevante, tanto para dar ênfase aos seus
sentimentos, bem como para a caracterizar.
A
mulher desempenha um papel fundamental e deve ser cada vez mais reconhecido na
sociedade.
GRUPO
II
1.B
2.A
3.C
4.D
5.D
6.A
7. sujeito
Tudo aquilo que o Homem ignora, não
existe para ele. Por isso, o universo de cada um resume-se ao tamanho do seu
saber. (Einstein)
FIM