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domingo, 24 de novembro de 2024
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Correção do 1ºTeste, a partir das respostas dos alunos (turma B)
1. Este
excerto, que foi retirado do Sermão de Santo António aos Peixes, está
situado no Capítulo III ao nível da estrutura externa e faz parte da primeira
confirmação, ao nível da estrutura interna, quando o orador destaca os louvores
dos peixes em particular.
2. 2. Neste
excerto do Sermão de Santo António aos
Peixes está presente o recurso expressivo alegoria. Esta alegoria está
presente com o objetivo de usar o peixe Torpedo para criticar as atitudes dos
homens. O peixe Torpedo é louvado por fazer tremer o braço dos pescadores com
os seus choques ou descargas elétricas. O Torpedo simboliza o poder da palavra
de Deus, que Santo António transmitia, pois apenas com as suas palavras
conseguiu converter muitos pescadores a seguir a palavra de Deus. Neste
capítulo, o padre vai louvar os peixes e, por contraste, criticar os homens.
Neste caso, com o peixe Torpedo é criticado o facto de os homens pescarem muito
e não terem medo das suas consequências, ou seja, exploram muito e roubam muito
sem quererem saber das consequências dos seus atos, tal como podemos comprovar
pelo texto “Tanto pescar e tão pouco tremer!” (l.8).
3. 3.1 Ao longo do excerto, é apresentado, várias vezes, o verbo pescar, tendo este um significado diferente, quer seja aplicado no “mar” ou na terra”. O uso do verbo pescar remete para o seu sentido literal, quando se menciona “no mar pescam-se as canas”; porém, adquire um valor polissémico quando Vieira refere que “na terra pescam as varas”, pois aqui ganha um novo sentido: a exploração entre seres humanos. Quando se diz, “pescam as ginetas; pescam as bengalas…pescam cidades e reinos inteiros” (l.14), significa que o Homem quanto mais poderoso é, mais se aproveita desse poder, explorando as pessoas das cidades e de reinos inteiros. Deste modo, o valor polissémico do verbo pescar, neste excerto, é explorar.
3.2 Pode detetar-se no excerto apresentado dois recursos estilísticos.
O primeiro, é o paralelismo anafórico, pois o orador,
através da repetição do verbo “pescar”, pretende destacar a grande e contínua
exploração que é feita por todos os homens, explorando os mais poderosos “
cidades e reinos inteiros”.
O segundo recurso, é a enumeração, (ginetas, bengalas,
bastões, cetros), o qual reforça também que a já citada exploração é feita por
todas as pessoas, do mais fraco ao mais forte.
Há, ainda, um terceiro recurso, a gradação crescente,
que salienta que quanto mais poderoso se é, mais se explora em quantidade e
poder.
4.
No capítulo III do Sermão, um dos
peixes referidos é a rémora, comparando o padre António Vieira a força deste
peixe, que não deixa as naus zarpar, porque se agarra a elas, com a língua de
Santo António, que persuade os homens a não embarcar nas naus de maus hábitos,
como a vingança. Assim, o alvo da crítica é para os homens que embarcam nas
naus dos pecados, que vão com o seu intuito e sem bom senso. Esta crítica pode
relacionar-se, na atualidade, com as pessoas que praticam as suas ações, sem
usar a razão, cometendo más ações, mesmo sabendo que estão a errar. Por exemplo,
os ditadores das nações, os consumistas, os que não apresentam uma atitude
ecológica face ao planeta, entre tantos outros.
5.
No Sermão de Santo António conseguimos
identificar o uso dos três objetivos da eloquência: docere (função pedagógica), delectare
(função estética) e movere (função
moralizadora).
Primeiramente, docere tem o objetivo de ensinar através do recurso a citações
bíblicas, alusões a obras clássicas e sabedoria popular. Além disso, explica a
estrutura do seu discurso e raciocínio, palavras em latim e conceitos complexos.
Por exemplo, no texto, na citação “Vinte e dois pescadores destes se acharam
acaso a um sermão de Santo António, e as palavras do Santo os fizeram
tremer(...)”(ll.16 a 19), tem a função de ensinar com recurso a um exemplo de
Santo António.
Já delectare tem a função de agradar através de recursos expressivos
cativantes, como a interrogação retórica “Pode haver maior, mais breve e
admirável efeito?”,(ll.3 e 4), dinamismo no discurso, artifícios teatrais e
vivacidade na descrição.
Por último, movere tem o objetivo de persuadir os homens, através de um
discurso apelativo (interjeições, interrogação retórica) para que estes sejam
confrontados com os seus vícios e comportamentos. Temos como exemplo, “Pois é
possível que pescando os homens cousas de tanto peso, lhes não trema a mão e o
braço?!” ( ll.14 15).
Concluindo, o uso eficaz da
eloquência tem como objetivo principal persuadir o auditório, para que este
tenha noção das suas atitudes e as modifique.
(Agora só com as 120 palavras pedidas)
No Sermão de Santo António conseguimos identificar o uso dos três objetivos
da eloquência: docere (função
pedagógica), delectare (função
estética) e movere (função
moralizadora).
Primeiramente,
docere tem o objetivo pedagógico, como
se comprova no excerto, quando se refere as ações de Santo António.(ll.16 a 20)
Já delectare tem a função de
agradar através de recursos expressivos cativantes, como a interrogação retórica
“Pode haver maior, mais breve e admirável efeito?” (ll. 3 e 4).
Por último, movere
tem o objetivo de persuadir os homens, através de um discurso apelativo para
que estes sejam confrontados com os seus vícios e comportamentos. Temos como
exemplo, a interrogação retórica “Pois é possível …lhes não trema a mão e o
braço?!” ( ll.14 15).
1. A
2. B
3. C
4. C
5. C
6. D
7. B
8. A
9. Oração subordinada
substantiva relativa completiva
GRUPO I
1. Este
excerto, que foi retirado do Sermão de Santo António aos Peixes, está
situado no Capítulo III ao nível da estrutura externa e faz parte da primeira
confirmação, ao nível da estrutura interna, quando o orador destaca os louvores
dos peixes em particular.
2. 2. Tendo em conta
o excerto, a alegoria nele presente prende-se com a rémora.
A
interpretação literal que podemos retirar é que este peixe se liga ao leme de
uma nau, prendendo-a e amarrando-a, mesmo sendo “tão pequeno no corpo”.
Porém, a intenção do orador é destacar a
rémora como símbolo do poder da palavra (“tão grande na força e no poder”). A
língua de Santo António é vista como uma rémora na terra, visto que tem a
capacidade de domar as paixões humanas: soberba, cobiça, vingança e
sensualidade. É, assim, feita uma crítica social à fraqueza do ser humano que,
perante as paixões humanas, cede sempre à tentação de as escolher e de não obedecer
à razão, pois não revela força suficiente para resistir às futilidades do mundo.
3.
No
excerto, através da alegoria das naus, orador pretende criticar os vícios que
elas representam, de modo a consciencializar o auditório dos seus erros para
que os possa emendar.
Assim, em primeiro lugar, faz referência à
"Nau Soberba" (l.20), que representa o vício da arrogância,
apresentada aqui como defeito dos fúteis. (“ velas inchadas do vento”).
Em segundo
lugar, a "nau Vingança" (l.24), que nos remete para o facto do ser
humano ser vingativo e tem sempre "a artilharia abocada e os bota-fogos
acesos" (l.24).
Em último
lugar, a "nau Cobiça" (l.27), que refere que somos ambiciosos em
demasia e gananciosos, pois desejamos, às vezes com inveja, tudo o que não
temos, acumulando bens materiais de que não necessitamos "sobrecarregada
até às gáveas e aberta com o peso por todas as costuras…" (l. 28).
4.
Um dos recursos expressivos presentes no
excerto é o quiasmo (“alvedrio-razão; razão-alvedrio). Este pretende destacar
que a natureza do ser humano é composta por livre arbítrio e razão, já que o
ser humano é dotado de racionalidade. Mas em vez de se guiar por ela, na maior
parte das vezes, rejeita-a e prefere guiar-se pela vontade, agindo de forma menos
própria para consigo e para com os outros.
5.
No capítulo V do Sermão de Santo António, são enumerados vários tipos de peixes com
o intuito de evidenciar os seus vícios e, por semelhança, os defeitos dos
homens.
Um dos peixes
referidos são os pegadores. Pegam-se aos peixes maiores e vivem à custa deles,
pois usufruem da comida que estes caçam e nadam à boleia. No entanto, quando os
maiores morrem, os pegadores morrem com eles.
Estes peixes representam as pessoas
oportunistas que se aproveitam umas das outras, revelando-se parasitas sociais,
pois vivem à custa do outro e aproveitam-se dele, tornando-se ociosos e um
fardo para a sociedade, dado em nada contribuírem para a sua evolução. Um bom
exemplo, na atualidade, deste tipo de pessoas, são os que procuram a companhia
dos mais ricos, na tentativa de beneficiarem com esse conhecimento ou, ainda,
os que concorrem a reality shows
apenas com o objetivo de se fazerem notados para disso tirarem dividendos sem
muito esforço e trabalho.
6.
O Sermão de Santo António aos Peixes tem
como objetivo sensibilizar os homens para que mudem os seus comportamentos
condenáveis e, para isso, o orador usa os objetivos da eloquência, a fim de
persuadir o auditório.
Padre António Vieira recorre a três elementos para a eloquência do
Sermão.
Um deles é docere, que tem uma função didática e pedagógica. Para isso, usa
exemplos de autoridade, como citações do foro sagrado, referência à vida
exemplar de santos, textos bíblicos, obras de autores clássicos, bem como
recorrência à realidade observável para fundamentar o seu ponto de vista.
O
segundo é movere, com uma função
moralizadora, cujo objetivo é persuadir os homens a mudar as suas atitudes,
emendando os seus erros. Para isso, emprega um discurso apelativo, usando
interjeições, interrogações retóricas, apóstrofes, alteração do tom de voz e
uso de recursos expressivos com esta finalidade.
Por último, delectare, que
cumpre uma função estética, usando recursos expressivos (alegoria, metáfora,
comparação, anáfora, quiasmo…) para agradar aos ouvintes, de modo a que estes
se interessem pela mensagem do orador.
No excerto, podemos ver um exemplo do
primeiro, quando Vieira refere o Apóstolo Santiago, “naquela sua eloquentíssima
epístola, compara a língua ao leme da nau e ao freio do cavalo” (ll.11-13); de
“movere” “Oh, se houvera uma rémora na terra que tivesse tanta força como a do
mar, que menos perigos haveria na vida, e que menos naufrágios no mundo!”
(ll.6-9); e de “delectare” “O leme da natureza é o alvedrio; o piloto é a
razão: mas quão poucas vezes obedecem à razão os ímpetos precipitados do
alvedrio?” (ll-16-17).
Estes elementos conjugam-se simultaneamente de forma perfeita no Sermão de António Vieira.
(Agora só com as 120 palavras pedidas)
O
Sermão de Santo António aos Peixes visa
sensibilizar os homens para a mudança de comportamentos condenáveis e, para
isso, o orador usa os três objetivos da eloquência, a fim de persuadir o
auditório.
Um
deles é docere, cuja função
pedagógica pode ser comprovada no excerto, quando Vieira refere a epístola do Apóstolo
Santiago (ll.11-13).
O
segundo é movere, com uma função
moralizadora. Para isso, emprega um discurso apelativo, como se atesta em “Oh,
se houvera uma rémora na terra(…) (ll.6-9).
Por
último, delectare, que cumpre uma
função estética, usando recursos expressivos para agradar aos ouvintes, de modo
a que estes se interessem pela mensagem do orador, conforme é visível no
emprego do quiasmo, presente nas linhas 16 e 17.
GRUPO II
1. C
2. A
3. D
4. B
5. C
6. A
7. C
8. D
9. Oração coordenada
adversativa
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Se eu fosse um peixe…
Domínio da Escrita
Texto criativo Se eu fosse um peixe…
Agora que já conheces o Padre António Vieira e a importância
que teve no seu tempo na denúncia das injustiças, pondo em destaque os vícios
dos homens, desafio-te a imaginar, tendo em conta os teus defeitos e
qualidades, que peixe serias, se pertencesses ao auditório do Sermão.
Vais redigir um texto criativo.
1. Faz uma pequena introspeção e regista
os principais traços da tua personalidade.
2. Elabora um
plano, onde, por tópicos, registes as características físicas, psicológicas e morais
(qualidades e defeitos) que pensas ter.
3. Pesquisa um peixe que possua
características que se adequem à tua personalidade.
4. Redige um texto no qual relaciones as
características do peixe com as tuas.
5. Tenta ser criativo, utilizando recursos
expressivos como os que encontraste no sermão, a fim de enriquecer e embelezar
o teu texto.
6. Tem atenção à construção frásica e ao
vocabulário utilizado.
7. Pontua devidamente o teu texto.
8. Deves entregar o teu texto à professora no prazo combinado.
9. Bom trabalho e diverte-te!
Direitos Humanos
Domínio da
Oralidade
DIREITOS HUMANOS
(No âmbito da Cidadania e
Desenvolvimento)
Em pleno séc. XXI, as palavras do Padre António Vieira
continuam atuais, denunciando as injustiças, atacando os poderes dominantes,
revelando as grandes desigualdades que ainda imperam no nosso quotidiano.
Vais preparar em grupo, até quatro elementos, uma apresentação oral em que investigues um tema sobre a violação dos direitos humanos.
1. Começa por pesquisar o tema
escolhido.
2. Reúne a informação recolhida
sobre o tema e organiza-a devidamente.
3. Escolhe uma forma de
apresentar oralmente à turma esse tema.
4. Relaciona esse tema com
alguma característica presente no Sermão
de Santo António (aos Peixes).
5. Gere adequadamente o tempo da
apresentação (3 a 5 minutos).
6. Tenta ser criativo na tua
apresentação, experimentando formas diferentes de apresentar esse tema.
7. Bom trabalho!
sábado, 2 de novembro de 2024
Sermão
Correção págs. 35 e 41
C. A retoma do conceito predicável justifica-se pelo facto de Vieira mudar de auditório, passando a dirigir-se aos peixes. Logo, explora novamente as funções do «sal», associando-as às do Sermão.
2. Através da apóstrofe «irmãos peixes», o pregador identifica o destinatário do seu sermão – os peixes –, dando continuidade à apresentação dos louvores, através de um discurso alegórico, no qual usa os peixes como exemplo de virtudes ou vícios humanos.
Ao considerar os peixes «irmãos», o pregador estabelece a ligação com os homens, que são, de facto, o seu auditório real e a quem quer (in)diretamente atingir. Constrói-se, assim, a alegoria: os peixes – elementos concretos – são louvados e criticados, porém, no plano abstrato, pretende-se criticar os seres humanos.
3. No quarto parágrafo, Vieira elogia a atitude dos peixes, que vivem afastados dos homens, não se deixando domesticar, considerando que «se não fora natureza era grande prudência» (l. 39), numa clara crítica aos
homens, corrompidos e corruptores. Neste sentido, o episódio do Dilúvio constitui um exemplo de autoridade que comprova a opinião do pregador: só os peixes escaparam ao castigo universal, porque, de todos os animais do ar e da terra, apenas eles se mantiveram puros, longe do homem e da sua corrupção.
3.1 Sugestão: Há a presença do objetivo docere, através das referências a autores clássicos (l. 29), a exemplos bíblicos (l. 50) e Doutores da Igreja (l. 56). Está ainda presente o objetivo movere, através do conselho aos peixes para se manterem afastados dos homens (ll. 40-41), bem como a constatação de que o seu afastamento é a atitude mais prudente (destaque-se o uso do imperativo e do vocativo na linha 58).
4.
a) 1;
b) 2;
c) 3
Página 41
2 «Ah moradores do Maranhão, quanto eu vos pudera agora dizer neste caso! Abri, abri estas entranhas; vede, vede este coração. Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não vos prego a vós, prego aos peixes.» (ll. 35-37)
– «Se eu pregara aos homens, e tivera a língua de Santo António, eu os fizera tremer.» (ll. 81-82)
3.
a) 3;
b) 2;
c) 1.