Correção do 1ºTeste, a partir das respostas dos alunos (turma B)
1. Este
excerto, que foi retirado do Sermão de Santo António aos Peixes, está
situado no Capítulo III ao nível da estrutura externa e faz parte da primeira
confirmação, ao nível da estrutura interna, quando o orador destaca os louvores
dos peixes em particular.
2. 2. Neste
excerto do Sermão de Santo António aos
Peixes está presente o recurso expressivo alegoria. Esta alegoria está
presente com o objetivo de usar o peixe Torpedo para criticar as atitudes dos
homens. O peixe Torpedo é louvado por fazer tremer o braço dos pescadores com
os seus choques ou descargas elétricas. O Torpedo simboliza o poder da palavra
de Deus, que Santo António transmitia, pois apenas com as suas palavras
conseguiu converter muitos pescadores a seguir a palavra de Deus. Neste
capítulo, o padre vai louvar os peixes e, por contraste, criticar os homens.
Neste caso, com o peixe Torpedo é criticado o facto de os homens pescarem muito
e não terem medo das suas consequências, ou seja, exploram muito e roubam muito
sem quererem saber das consequências dos seus atos, tal como podemos comprovar
pelo texto “Tanto pescar e tão pouco tremer!” (l.8).
3. 3.1 Ao longo do excerto, é apresentado, várias vezes, o verbo pescar, tendo este um significado diferente, quer seja aplicado no “mar” ou na terra”. O uso do verbo pescar remete para o seu sentido literal, quando se menciona “no mar pescam-se as canas”; porém, adquire um valor polissémico quando Vieira refere que “na terra pescam as varas”, pois aqui ganha um novo sentido: a exploração entre seres humanos. Quando se diz, “pescam as ginetas; pescam as bengalas…pescam cidades e reinos inteiros” (l.14), significa que o Homem quanto mais poderoso é, mais se aproveita desse poder, explorando as pessoas das cidades e de reinos inteiros. Deste modo, o valor polissémico do verbo pescar, neste excerto, é explorar.
3.2 Pode detetar-se no excerto apresentado dois recursos estilísticos.
O primeiro, é o paralelismo anafórico, pois o orador,
através da repetição do verbo “pescar”, pretende destacar a grande e contínua
exploração que é feita por todos os homens, explorando os mais poderosos “
cidades e reinos inteiros”.
O segundo recurso, é a enumeração, (ginetas, bengalas,
bastões, cetros), o qual reforça também que a já citada exploração é feita por
todas as pessoas, do mais fraco ao mais forte.
Há, ainda, um terceiro recurso, a gradação crescente,
que salienta que quanto mais poderoso se é, mais se explora em quantidade e
poder.
4.
No capítulo III do Sermão, um dos
peixes referidos é a rémora, comparando o padre António Vieira a força deste
peixe, que não deixa as naus zarpar, porque se agarra a elas, com a língua de
Santo António, que persuade os homens a não embarcar nas naus de maus hábitos,
como a vingança. Assim, o alvo da crítica é para os homens que embarcam nas
naus dos pecados, que vão com o seu intuito e sem bom senso. Esta crítica pode
relacionar-se, na atualidade, com as pessoas que praticam as suas ações, sem
usar a razão, cometendo más ações, mesmo sabendo que estão a errar. Por exemplo,
os ditadores das nações, os consumistas, os que não apresentam uma atitude
ecológica face ao planeta, entre tantos outros.
5.
No Sermão de Santo António conseguimos
identificar o uso dos três objetivos da eloquência: docere (função pedagógica), delectare
(função estética) e movere (função
moralizadora).
Primeiramente, docere tem o objetivo de ensinar através do recurso a citações
bíblicas, alusões a obras clássicas e sabedoria popular. Além disso, explica a
estrutura do seu discurso e raciocínio, palavras em latim e conceitos complexos.
Por exemplo, no texto, na citação “Vinte e dois pescadores destes se acharam
acaso a um sermão de Santo António, e as palavras do Santo os fizeram
tremer(...)”(ll.16 a 19), tem a função de ensinar com recurso a um exemplo de
Santo António.
Já delectare tem a função de agradar através de recursos expressivos
cativantes, como a interrogação retórica “Pode haver maior, mais breve e
admirável efeito?”,(ll.3 e 4), dinamismo no discurso, artifícios teatrais e
vivacidade na descrição.
Por último, movere tem o objetivo de persuadir os homens, através de um
discurso apelativo (interjeições, interrogação retórica) para que estes sejam
confrontados com os seus vícios e comportamentos. Temos como exemplo, “Pois é
possível que pescando os homens cousas de tanto peso, lhes não trema a mão e o
braço?!” ( ll.14 15).
Concluindo, o uso eficaz da
eloquência tem como objetivo principal persuadir o auditório, para que este
tenha noção das suas atitudes e as modifique.
(Agora só com as 120 palavras pedidas)
No Sermão de Santo António conseguimos identificar o uso dos três objetivos
da eloquência: docere (função
pedagógica), delectare (função
estética) e movere (função
moralizadora).
Primeiramente,
docere tem o objetivo pedagógico, como
se comprova no excerto, quando se refere as ações de Santo António.(ll.16 a 20)
Já delectare tem a função de
agradar através de recursos expressivos cativantes, como a interrogação retórica
“Pode haver maior, mais breve e admirável efeito?” (ll. 3 e 4).
Por último, movere
tem o objetivo de persuadir os homens, através de um discurso apelativo para
que estes sejam confrontados com os seus vícios e comportamentos. Temos como
exemplo, a interrogação retórica “Pois é possível …lhes não trema a mão e o
braço?!” ( ll.14 15).
1. A
2. B
3. C
4. C
5. C
6. D
7. B
8. A
9. Oração subordinada
substantiva relativa completiva