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segunda-feira, 31 de março de 2025

NARRADOR


O narrador é uma entidade fictícia a quem cabe o papel de contar a ação. É o sujeito de enunciação que apresenta a diegese, contando-a sob o seu ponto de vista.

Narrador heterodiegético-  não toma parte nos acontecimentos nem interfere na história, limitando-se a narrar os acontecimentos.

Narrador homodiegético- narra os acontecimentos e tem o papel de personagem secundária.

Narrador autodiegético- narra os acontecimentos e assume o papel de personagem principal.

Ao contar a história, o narrador contempla as personagens e traça a sua análise, podendo apresentar um conjunto importante de dados sobre elas e sobre os acontecimentos: 

Quanto à ciência, se conhece tudo o que diz respeito às personagens e aos acontecimentos é narrador omnisciente

Se adota o ponto de vista de uma personagem considera-se focalização interna

Se conhece apenas o exterior da personagem e da ação, como se a sua visão fosse "de fora", diz-se focalização externa.

A posição do narrador é objetiva, quando se limita a contar os acontecimentos sem deixar que os seus sentimentos ou emoções transpareçam no seu decurso; 

A posição do narrador é subjetiva se, na apresentação dos factos, há, claramente, uma posição emocional e sentimental do narrador.

Correção do Teste


 

Correção do teste 3 com base nas respostas dos alunos

11ºB

GRUPO I

 

1.   Este excerto de Frei Luís de Sousa integra-se no final do ato I, ao nível da estrutura externa, e refere-se ao momento em que a família está prestes a abandonar o palácio de Manuel, devido à chegada iminente dos governadores castelhanos. Quanto à estrutura interna, este excerto encontra-se no conflito, que consiste no conjunto de peripécias que levam à progressão da ação.

     Este excerto é muito importante para o desenvolvimento da ação, pois Manuel ao tomar a decisão de abandonar a sua casa e mudar para a casa do primeiro marido de D. Madalena, D. João de Portugal, precipita a mudança repentina do rumo dos acontecimentos. Será a essa casa que irá voltar o Romeiro, informando D. Madalena que D. João está vivo.

 

2.    As personagens de D.Madalena e Manuel de Sousa Coutinho são bastante diferentes, com estados de espírito opostos que conseguimos detetar tanto através dos seus gestos e ações, como da linguagem utilizada.

        Primeiramente, Manuel é racional, deixando-se guiar pelas evidências lógicas, ignorando os agouros, e pelos seus princípios fortes (“(...) a tranquilidade de espírito e a força do coração, que as preciso inteiras nesta hora”). Demonstra ser patriota, defendendo a sua nação com determinação e coragem. Para ele, é importante insurgir-se contra aqueles que atraiçoaram o país e que por covardia e falta de integridade não o defenderam, (“(...) vou dar uma lição aos nossos tiranos que lhes há de lembrar, vou dar um exemplo a este povo que os há de alumiar”), demonstrando a sua rebeldia.

        Já D. Madalena deixa-se levar pelos seus sentimentos e emoções, não consegue manter a racionalidade como o seu marido. Para ela, voltar para a casa de D.João era “voltar ao poder dele”. Mesmo sendo patriota, demonstra fragilidade e fraqueza, deixando-se tomar pela angústia e pelo medo (“a violência, o constrangimento de alma, o terror com que eu penso”). Além disso, é facilmente influenciada pelos agouros e indícios, que para ela, demonstram o final trágico da família, mais precisamente, a separação do casal (“que o atravessa no meio de nós, entre mim e ti”).

 

3.  Uma característica clássica presente neste excerto é a presença de elementos trágicos, nomeadamente presságios que nos anunciam um futuro inevitável fatal. Os presságios contribuem para um clima de tensão e angústia, tanto para os personagens como para o espectador, pois são uma lembrança de que a catástrofe (característica clássica também) está iminente e não há nada que as personagens possam fazer para a evitar. Um exemplo de um presságio é: “que não estou ali três dias, três horas.”- (ll. 25) e até mesmo: “espada (...) que a atravessa no meio de nós, entre (...) nossa filha.”- (ll.22).

A característica romântica que destaco é o patriotismo de D. Manuel que sacrificou a sua casa para protestar contra os governadores castelhanos que vieram ocupar o seu palácio, dado Portugal estar sob domínio de Castela: “vou dar uma lição (...) os há de alumiar…) (ll.40 a 41).

 Esta característica contribui para o adensar do ambiente trágico e de fatalidade, pois devido a esta atitude patriota, a família mudar-se-á para a casa de D. João de Portugal, instaurando-se um ambiente de tensão, cheio de angústia e terror, já que traz à memória o “fantasma” que os assombra e que acabará por se tornar real, com o aparecimento do Romeiro.

 

4.   Fernão Lopes, escrivão e 4º guarda-mor da Torre do Tombo, foi uma figura medieval portuguesa importante que nos deu a conhecer uma nova conceção da História, tendo sido considerado o primeiro cronista português.

     Em primeiro lugar, o cronista manifesta a preocupação de comprovar o que transmitia, com provas documentais, evidenciando, assim, a sua preocupação com o rigor histórico.

   Em segundo lugar, a sua obra apresenta características como o coloquialismo, visualismo e dinamismo, permitindo, não só cativar o leitor, como dar uma “visão” fidedigna dos acontecimentos. Além disso, os leitores conseguem experienciar sensações auditivas, visuais, táteis, entre outras, devido ao uso abundante de recursos expressivos. Usa também o discurso direto para imprimir maior veracidade às ações dos seus protagonistas.

    Com Fernão Lopes, o povo assume o papel principal na História, afirmando uma consciência coletiva que o leva a ser o fazedor do rumo dos acontecimentos.

    Desta forma, Fernão Lopes deu-nos uma visão rigorosa e diferente dos factos históricos, concorrendo para uma nova conceção da História.


GRUPO II

1.C

2.A

3.C

4.D

5.A

6.A

7. sujeito

 

Tudo aquilo que o Homem ignora, não existe para ele. Por isso, o universo de cada um resume-se ao tamanho do seu saber. (Einstein)

 

FIM

CORREÇÃO TESTE 3

Correção do teste 3 com base nas respostas dos alunos

11ºC

GRUPO I





 

 

1)   Este excerto de Frei Luís de Sousa integra o ato II da obra, ao nível da estrutura externa, e faz parte do conflito no que concerne à estrutura interna.

Este excerto é muito importante para o desenvolvimento da ação, dado situar-se no momento em que Manuel de Sousa Coutinho está prestes a partir para Lisboa, levando a sua filha Maria consigo, e deixando a sua esposa Madalena sozinha. É uma das duas peripécias da peça, pois vai alterar o rumo dos acontecimentos, ao permitir a criação de um ambiente propício ao aparecimento do Romeiro e à sua confissão de que D. João de Portugal está vivo.

Efetivamente, logo depois da partida de Manuel, Maria e Telmo para Lisboa, o Romeiro retorna ao seu palácio, e o facto de a família de Madalena não estar presente quando tal acontece, vai contribuir para que o mesmo interprete a situação de forma a dar-se o momento auge da peça: o reconhecimento. 


2. Através deste excerto e de toda a obra, conseguimos perceber uma clara diferença de personalidade entre D. Madalena e Manuel de Sousa.

    Enquanto Madalena se mostra uma pessoa mais sentimental e vulnerável a qualquer pequeno desafio, como pode ser visto na passagem seguinte: “Tenho este medo, este horror de ficar só…de vir a achar-me só no mundo”, em que existe um exagero nas emoções relativamente à situação, Manuel é uma personagem muito mais calculista, racional e calma, como demonstra no excerto: “Parece que vou eu agora embarcar num galeão para a Índia…”, onde percebemos que consegue diminuir os exageros criados por parte de Madalena.

     Outro traço caracterizador de ambas as personagens prende-se com a religião. Ambos são muito religiosos e entregam tudo nas mãos de Deus ( “estão entregues a Deus”, “Deu-lhe Deus muita força”), são passagens que mostram essa confiança e procura de explicação para os problemas, bem como o refúgio em Deus. No entanto, Manuel consegue ser mais assegurador e cuidadoso de forma a garantir à sua esposa que nada de mal irá acontecer. Esse cuidado e segurança transmitidos por Manuel estão presentes na seguinte passagem: “Não tenhais cuidado, vamos todos com ela”.

     Pelo contrário, Madalena, apesar da crença em Deus, está sempre receosa, sobressaltada e atormentada com o passado e como este poderá ter consequências nefastas no presente e futuro da família.(“Que queres? Não está na minha mão”… até… “Adeus! Outro abraço. Adeus!”)

 

3) Frei Luís de Sousa, sendo considerado um drama por uns e uma tragédia por Garrett, apresenta tanto elementos trágicos como românticos.

     Neste excerto, podemos notar a abundância de pontuação, que é uma característica romântica. O uso exagerado de reticências, pontos de exclamação e pontos de interrogação transmitem mais facilmente ao espectador as emoções das personagens e evidenciam as angústias que estão a sentir, mesmo não estando expressas em palavras.       Nas cenas retiradas da obra, a personagem de Madalena é que mais apresenta este tipo de pontuação, e ela é a que se encontra mais inquieta e preocupada.

   No que se refere ao elemento trágico, podemos encontrar os presságios (Pathos). Estes, situados ao longo da obra, servem para avolumar a tensão das personagens, do ambiente, e também do próprio espectador, pois anunciam desgraça.

    Esta obra, na totalidade, tem imensos presságios, mas neste excerto podemos encontrar, pelo menos, dois. Um deles é a menção da história da condessa de Vimioso e o outro é a fala de Manuel: “A nossa situação é tão diferente.” (l. 37).

   Estes agoiros, juntamente com a pontuação, prenunciam um destino fatal que pode estar guardado para esta família e inquietam o espectador. Para além disso, criam um ambiente propício ao reconhecimento, já que Madalena fica sozinha naquele dia aziago para ela, intensificando o terror e o seu sofrimento. 

 

     4)Nas civilizações antigas, a forma mais comum de transmissão de histórias era a oral. Quando escritas, eram feitas em verso, já que dessa forma têm particularidades rítmicas e recorrentes fónicas, que ajudavam na memorização.

    A poesia trovadoresca, que surgiu em Portugal, na Galiza, em Leão, Castela e Aragão, desenvolvendo-se desde finais do século XII até meados do século XIV, estendeu-se por todas as classes sociais (sendo tocada, cantada e composta por trovadores e jograis e dançado pelas soldadeiras). Dividia-se em dois géneros: na poesia lírica e na poesia satírica.

       Atendendo à poesia lírica, deparamo-nos com cantigas de amigo e cantigas de amor, nas quais o papel da mulher é evidente.

       Nas cantigas de amigo, a mulher está presente como sendo o sujeito poético. Uma donzela, apaixonada e saudosa, expressa os seus sentimentos de felicidade amorosa, saudade, ansiedade ou desespero, e recorda o amado. A sua confidência amorosa (a quem pede ajuda e conselhos ou a quem expressa emoções) é a sua mãe -mulher experiente e próxima- as amigas, estando a mulher novamente presente, ou a Natureza, aqui personificada. Exemplo disso é a cantiga “ Ai flores de verde pino”.

      Nas cantigas de amor, a mulher é amada pelo eu lírico. É idealizada e elogiada em termos superlativos pela sua elevação moral e social, mas, ao contrário das cantigas de amigo (onde se aborda a cor de pele, olhos e cabelo), não é descrita fisicamente. O amador coloca a sua “dona” numa posição quase inatingível e presta-lhe vassalagem amorosa, colocando-se numa posição inferior e servindo-a com diligência e seriedade, sofrendo a coita d’amor, como podemos ver na cantiga “Se eu pudesse desamar”.

      Assim, o papel da mulher, ainda que distinto nas duas cantigas, é evidente e relevante, tanto para dar ênfase aos seus sentimentos, bem como para a caracterizar.

      A mulher desempenha um papel fundamental e deve ser cada vez mais reconhecido na sociedade.

 

GRUPO II

1.B

2.A

3.C

4.D

5.D

6.A

7. sujeito

 

Tudo aquilo que o Homem ignora, não existe para ele. Por isso, o universo de cada um resume-se ao tamanho do seu saber. (Einstein)

 

FIM

 

segunda-feira, 24 de março de 2025

Apreciação crítica do quadro de Munch,"Separação II"



    O quadro “Separação II”, pintado em 1896, por Edvard Munch, retrata sentimentos
dolorosos na separação entre duas pessoas. Munch consegue transmitir a intensidade das
emoções humanas, num momento caracterizado pela perda e pela tristeza.
    No centro da tela, encontramos duas personagens, um homem e uma mulher, imersos nos seus sentimentos. O homem, apresenta-se no lado esquerdo do quadro, com um olhar triste e de introspeção. Já a mulher, situada do lado direito, admira o mar no horizonte, de costas para o parceiro. Salienta-se, também, as marcas existentes no corpo da mulher. O fundo do quadro é caracterizado pela presença de uma praia que se alonga na imensidão panorâmica. As cores escuras e sombrias, preto e azul, expõem a atmosfera de melancolia e de sofrimento. O cabelo claro da personagem contrasta com os tons
predominantes, estabelecendo o objetivo principal: destacar a mudança na vida destas duas personagens. Além disso, outro pormenor que dá voz à dor da separação está presente na ausência de contacto visual entre as duas pessoas. O cabelo esvoaçante da mulher é símbolo da mudança e da ânsia para voar numa era longe da alma aprisionada. Todavia, as marcas arredondadas notáveis na pele da mulher dão saliência aos eternos vestígios do pesadelo vivido até ao dia da separação. No fundo do quadro, visualizamos uma praia que, com a sua extensa dimensão, é metáfora para o sentimento de isolamento e desespero no meio de um mundo que continua a rodar em torno deles. A linha que separa a areia do mar espelha a distância tanto física como emocional, mas também a mudança entre o fim de um
capítulo e o princípio de outro com caminho para a beleza da vida que espera estas duas personagens.
    Numa das interpretações possíveis, Munch representa, de forma genial, a liberdade sobreposta no sofrimento causado pela separação, num contexto amoroso. Efetivamente, podemos ver neste quadro uma crítica incrível às relações tóxicas presentes nos dias de hoje. Assim, sugere-se que nem sempre as relações com as pessoas que mais amamos, são harmoniosas e sinónimas de respeito, como simboliza o termo Amor, escondendo uma imensidão de imperfeições e defeitos.
    Concluindo, o quadro intitulado de “Separação II”, toca-nos nos corações e remete-nos num caminho único e impressionante para a alma de Edvard Munch. Contudo, convida-nos a capturar a essência deste quadro, de forma singular e memorável.

Apreciação Crítica sobre o quadro "O Fado"


     A pintura “Fado”, obra de José Malhoa, foi criada em 1910 tendo grande importância na História da Arte Portuguesa. Com 150 cm de altura e 183 cm de largura, encontra-se, temporariamente, no Museu do Fado, apresentando-se como ícone da cultura popular. Observando a obra, é possível encontrar uma figura feminina e uma masculina, sentadas à mesa, dentro de uma casa simples. A sua decoração permite-nos saber que são cristãos, tendo em conta que há uma cruz desenhada num quadro de parede, e também pessoas humildes, visto que as paredes estão a perder a sua tinta, o chão está sujo e as roupas que vestem identificam-se com uma classe social mais desfavorecida.
      Analisando a obra, e atendendo às cores utilizadas, podemos destacar o vermelho, cor da espontaneidade, paixão e intensidade, o azul, intensificador da calma, paz, bondade e honestidade e ainda o castanho, símbolo da seriedade e segurança. Atendendo à iluminação que lhe foi atribuída, podemos reparar que a imagem da mulher parece mais aclarada, em relação ao resto da pintura, que
aparenta ser mais escura, como uma sombra. Há, assim, um contraste claro-escuro.
       A meu ver, a grande riqueza está na interpretação que é feita sobre cada elemento da pintura. Pelo cenário e pela presença de elementos como a guitarra, o vaso de manjerico, o leque e as bandarilhas, consigo supor que este interior pertence a uma típica casa portuguesa e, sendo assim, as personagens, que sugerem ser amantes, são de nacionalidade portuguesa. Parecem pertencer a uma classe baixa da
sociedade, pelos seus vícios, representados pelo cigarro e pelo vinho. Pela roupa que veste e por estar de cigarro na mão, apresentando-se desleixada, a mulher assemelha-se a uma prostituta, não sendo digna de tocar e cantar o fado, tal como as restantes mulheres da sua época. Já o homem, de roupa formal e postura correta, toca-o, cativando toda a atenção da sua mulher. Talvez esta canção não seja tão cruel
como uma prostituta, daí não ser tocada por ela. No meu ponto de vista, a amante, que se destaca na obra pela sua iluminação, representa o encanto do fado. Acredito que esta seja uma tentativa de personificar o fado e de retratar o quotidiano simples, mas belo, de um português.
     Por conseguinte, considero esta obra muito formosa, tendo-a admirado muito.
     O fado surge da mão do pintor José Malhoa e conquista os olhos de qualquer lusitano.
     Sente-se, com esta obra, o orgulho de ter nascido e de pertencer a este país.

 


sexta-feira, 7 de março de 2025

Personagens

Madalena de Vilhena
É uma heroína romântica, vive marcada por conflitos interiores e pelo passado. Os sentimentos e a sensibilidade sobrepõe-se à razão e é uma mulher em constante sofrimento. Crê em agoiros, superstições e dias fatais (a sexta-feira). É uma sofredora, tem um amor intenso e uma preocupação constante com a filha Maria, contudo coloca a cima de tudo a sua felicidade e amor ao lado de Manuel  de Sousa, mesmo o seu amor à pátria é menor do que o que sente por Manuel. No final da obra, aceita o convento como solução,  mas fá-lo seguindo Manuel (ele foi? Eu vou)


Manuel de Sousa Coutinho
É o típico herói clássico, dominado pela razão, que se orienta por valores universais, como a honra, a lealdade, a liberdade; é um patriota, um velho português às direitas, forte, corajoso e decidido (o incêndio), bom marido, pai terno, não sente ciúmes do passado e não crê em agoiros. O incêndio e a decisão
violenta de o concretizar é um traço romântico.
            Contudo, esta personagem evolui de uma atitude interior de força e de coragem e segurança para um comportamento de medo, de dor, sofrimento, insegurança e piedosa mentira no acto III quando teme pela saúde da filha e pela sua condição social.
            No final da obra, mostra-se tão decidido como noutros momentos: abandona tudo (bens, vida, mundo)e refugia-se no convento.


Maria de Noronha
            É a mulher-anjo dos românticos (fisicamente é fraca e frágil; psicologicamente é muito forte).
            Nobre, de inteligência precoce, é muito culta, intuitiva e perspicaz. Muito curiosa, quer saber tudo... É uma romântica: é nacionalista, idealista, sonhadora, fantasiosa, patriota, crente em agoiros e uma sebastianista.
            É a vitima inocente de toda a situação e acaba por morrer fisicamente, tocada pela vergonha de se sentir filha ilegítima (está tuberculosa).

         
D. João de Portugal
            Nobre cavaleiro, está ausente fisicamente durante o I e o II acto da peça. Contudo, está sempre presente na memória e palavras de Telmo, na consciência de Madalena, nas palavras de Manuel e na intuição de Maria.
            É sempre lembrado como patriota, digno, honrado, forte, fiel ao seu rei; quando regressa, na pele do Romeiro é austero e misterioso, representa um destino cruel, é implacável, destrói uma família e a sua felicidade, mas acaba por ser, também ele, vitima desse destino. Resta-lhe então a solidão, o vazio e a certeza de que ele já só faz parte do mundo dos mortos (é “ninguém”; madalena não o reconhece; Telmo preferia que ele não tivesse voltado pois Maria ocupou o seu lugar no coração do velho escudeiro):
            D. João é uma figura simbólica: representa o passado, a época gloriosa dos descobrimentos; representa também o presente, a pátria morta e sem identidade na mão dos espanhóis / e é a imagem da pátria cativa.


Telmo Pais
            É o velho aio, não é nobre, contudo a sua convivência com as famílias nobres, “deu-lhe” todas as características de um nobre (postura, fala, educação, cultura...).
            É o confidente de Madalena e de Maria.  Fiel, dedicado, é o elo e ligação entre as duas famílias (os dois maridos de Madalena), é a chama viva do passado que alimenta os terrores de Madalena.
É muito critico, cria juízos de valor e é através dele que  consciência das personagens fragmentada que vive num profundo conflito interior pois sente-se dividido entre D, João e Maria, não sabendo o que fazer.
É um sebastianistas e sofre muito pela sua lealdade.


Frei Jorge
            Irmão de Manuel de Sousa, representa a autoridade de Igreja. É também confidente de Madalena, pois é a ele que ela confessa o seu “Terrível” pecado: amou Manuel de Sousa ainda D. João era vivo. É um uma figura moderadora, que procura harmonizar o conflito, modera os sentimentos trágicos. Acompanha sempre a família, é conciliador, pacificador e impõe uma certa racionalidade, procurando manter o equilíbrio no meio de uma família angustiada e desfeita.