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segunda-feira, 31 de março de 2025

CORREÇÃO TESTE 3

Correção do teste 3 com base nas respostas dos alunos

11ºC

GRUPO I





 

 

1)   Este excerto de Frei Luís de Sousa integra o ato II da obra, ao nível da estrutura externa, e faz parte do conflito no que concerne à estrutura interna.

Este excerto é muito importante para o desenvolvimento da ação, dado situar-se no momento em que Manuel de Sousa Coutinho está prestes a partir para Lisboa, levando a sua filha Maria consigo, e deixando a sua esposa Madalena sozinha. É uma das duas peripécias da peça, pois vai alterar o rumo dos acontecimentos, ao permitir a criação de um ambiente propício ao aparecimento do Romeiro e à sua confissão de que D. João de Portugal está vivo.

Efetivamente, logo depois da partida de Manuel, Maria e Telmo para Lisboa, o Romeiro retorna ao seu palácio, e o facto de a família de Madalena não estar presente quando tal acontece, vai contribuir para que o mesmo interprete a situação de forma a dar-se o momento auge da peça: o reconhecimento. 


2. Através deste excerto e de toda a obra, conseguimos perceber uma clara diferença de personalidade entre D. Madalena e Manuel de Sousa.

    Enquanto Madalena se mostra uma pessoa mais sentimental e vulnerável a qualquer pequeno desafio, como pode ser visto na passagem seguinte: “Tenho este medo, este horror de ficar só…de vir a achar-me só no mundo”, em que existe um exagero nas emoções relativamente à situação, Manuel é uma personagem muito mais calculista, racional e calma, como demonstra no excerto: “Parece que vou eu agora embarcar num galeão para a Índia…”, onde percebemos que consegue diminuir os exageros criados por parte de Madalena.

     Outro traço caracterizador de ambas as personagens prende-se com a religião. Ambos são muito religiosos e entregam tudo nas mãos de Deus ( “estão entregues a Deus”, “Deu-lhe Deus muita força”), são passagens que mostram essa confiança e procura de explicação para os problemas, bem como o refúgio em Deus. No entanto, Manuel consegue ser mais assegurador e cuidadoso de forma a garantir à sua esposa que nada de mal irá acontecer. Esse cuidado e segurança transmitidos por Manuel estão presentes na seguinte passagem: “Não tenhais cuidado, vamos todos com ela”.

     Pelo contrário, Madalena, apesar da crença em Deus, está sempre receosa, sobressaltada e atormentada com o passado e como este poderá ter consequências nefastas no presente e futuro da família.(“Que queres? Não está na minha mão”… até… “Adeus! Outro abraço. Adeus!”)

 

3) Frei Luís de Sousa, sendo considerado um drama por uns e uma tragédia por Garrett, apresenta tanto elementos trágicos como românticos.

     Neste excerto, podemos notar a abundância de pontuação, que é uma característica romântica. O uso exagerado de reticências, pontos de exclamação e pontos de interrogação transmitem mais facilmente ao espectador as emoções das personagens e evidenciam as angústias que estão a sentir, mesmo não estando expressas em palavras.       Nas cenas retiradas da obra, a personagem de Madalena é que mais apresenta este tipo de pontuação, e ela é a que se encontra mais inquieta e preocupada.

   No que se refere ao elemento trágico, podemos encontrar os presságios (Pathos). Estes, situados ao longo da obra, servem para avolumar a tensão das personagens, do ambiente, e também do próprio espectador, pois anunciam desgraça.

    Esta obra, na totalidade, tem imensos presságios, mas neste excerto podemos encontrar, pelo menos, dois. Um deles é a menção da história da condessa de Vimioso e o outro é a fala de Manuel: “A nossa situação é tão diferente.” (l. 37).

   Estes agoiros, juntamente com a pontuação, prenunciam um destino fatal que pode estar guardado para esta família e inquietam o espectador. Para além disso, criam um ambiente propício ao reconhecimento, já que Madalena fica sozinha naquele dia aziago para ela, intensificando o terror e o seu sofrimento. 

 

     4)Nas civilizações antigas, a forma mais comum de transmissão de histórias era a oral. Quando escritas, eram feitas em verso, já que dessa forma têm particularidades rítmicas e recorrentes fónicas, que ajudavam na memorização.

    A poesia trovadoresca, que surgiu em Portugal, na Galiza, em Leão, Castela e Aragão, desenvolvendo-se desde finais do século XII até meados do século XIV, estendeu-se por todas as classes sociais (sendo tocada, cantada e composta por trovadores e jograis e dançado pelas soldadeiras). Dividia-se em dois géneros: na poesia lírica e na poesia satírica.

       Atendendo à poesia lírica, deparamo-nos com cantigas de amigo e cantigas de amor, nas quais o papel da mulher é evidente.

       Nas cantigas de amigo, a mulher está presente como sendo o sujeito poético. Uma donzela, apaixonada e saudosa, expressa os seus sentimentos de felicidade amorosa, saudade, ansiedade ou desespero, e recorda o amado. A sua confidência amorosa (a quem pede ajuda e conselhos ou a quem expressa emoções) é a sua mãe -mulher experiente e próxima- as amigas, estando a mulher novamente presente, ou a Natureza, aqui personificada. Exemplo disso é a cantiga “ Ai flores de verde pino”.

      Nas cantigas de amor, a mulher é amada pelo eu lírico. É idealizada e elogiada em termos superlativos pela sua elevação moral e social, mas, ao contrário das cantigas de amigo (onde se aborda a cor de pele, olhos e cabelo), não é descrita fisicamente. O amador coloca a sua “dona” numa posição quase inatingível e presta-lhe vassalagem amorosa, colocando-se numa posição inferior e servindo-a com diligência e seriedade, sofrendo a coita d’amor, como podemos ver na cantiga “Se eu pudesse desamar”.

      Assim, o papel da mulher, ainda que distinto nas duas cantigas, é evidente e relevante, tanto para dar ênfase aos seus sentimentos, bem como para a caracterizar.

      A mulher desempenha um papel fundamental e deve ser cada vez mais reconhecido na sociedade.

 

GRUPO II

1.B

2.A

3.C

4.D

5.D

6.A

7. sujeito

 

Tudo aquilo que o Homem ignora, não existe para ele. Por isso, o universo de cada um resume-se ao tamanho do seu saber. (Einstein)

 

FIM