Translate

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Frases da C




 






domingo, 24 de novembro de 2024

Frases da B








 

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 

Correção do 1ºTeste, a partir das respostas dos alunos (turma B)

 


 GRUPO I


         1. Este excerto, que foi retirado do Sermão de Santo António aos Peixes, está situado no Capítulo III ao nível da estrutura externa e faz parte da primeira confirmação, ao nível da estrutura interna, quando o orador destaca os louvores dos peixes em particular.

 

 

2.         2. Neste excerto do Sermão de Santo António aos Peixes está presente o recurso expressivo alegoria. Esta alegoria está presente com o objetivo de usar o peixe Torpedo para criticar as atitudes dos homens. O peixe Torpedo é louvado por fazer tremer o braço dos pescadores com os seus choques ou descargas elétricas. O Torpedo simboliza o poder da palavra de Deus, que Santo António transmitia, pois apenas com as suas palavras conseguiu converter muitos pescadores a seguir a palavra de Deus. Neste capítulo, o padre vai louvar os peixes e, por contraste, criticar os homens. Neste caso, com o peixe Torpedo é criticado o facto de os homens pescarem muito e não terem medo das suas consequências, ou seja, exploram muito e roubam muito sem quererem saber das consequências dos seus atos, tal como podemos comprovar pelo texto “Tanto pescar e tão pouco tremer!” (l.8).

 

3.    3.1 Ao longo do excerto, é apresentado, várias vezes, o verbo pescar, tendo este um significado diferente, quer seja aplicado no “mar” ou na terra”. O uso do verbo pescar remete para o seu sentido literal, quando se menciona “no mar pescam-se as canas”; porém, adquire um valor polissémico quando Vieira refere que “na terra pescam as varas”, pois aqui ganha um novo sentido: a exploração entre seres humanos. Quando se diz, “pescam as ginetas; pescam as bengalas…pescam cidades e reinos inteiros” (l.14), significa que o Homem quanto mais poderoso é, mais se aproveita desse poder, explorando as pessoas das cidades e de reinos inteiros. Deste modo, o valor polissémico do verbo pescar, neste excerto, é explorar.



3.2  Pode detetar-se no excerto apresentado dois recursos estilísticos.

O primeiro, é o paralelismo anafórico, pois o orador, através da repetição do verbo “pescar”, pretende destacar a grande e contínua exploração que é feita por todos os homens, explorando os mais poderosos “ cidades e reinos inteiros”.

  O segundo recurso, é a enumeração, (ginetas, bengalas, bastões, cetros), o qual reforça também que a já citada exploração é feita por todas as pessoas, do mais fraco ao mais forte.

  Há, ainda, um terceiro recurso, a gradação crescente, que salienta que quanto mais poderoso se é, mais se explora em quantidade e poder.

 

 

4.         No capítulo III do Sermão, um dos peixes referidos é a rémora, comparando o padre António Vieira a força deste peixe, que não deixa as naus zarpar, porque se agarra a elas, com a língua de Santo António, que persuade os homens a não embarcar nas naus de maus hábitos, como a vingança. Assim, o alvo da crítica é para os homens que embarcam nas naus dos pecados, que vão com o seu intuito e sem bom senso. Esta crítica pode relacionar-se, na atualidade, com as pessoas que praticam as suas ações, sem usar a razão, cometendo más ações, mesmo sabendo que estão a errar. Por exemplo, os ditadores das nações, os consumistas, os que não apresentam uma atitude ecológica face ao planeta, entre tantos outros.

 

 

5.         No Sermão de Santo António conseguimos identificar o uso dos três objetivos da eloquência: docere (função pedagógica), delectare (função estética) e movere (função moralizadora).

Primeiramente, docere tem o objetivo de ensinar através do recurso a citações bíblicas, alusões a obras clássicas e sabedoria popular. Além disso, explica a estrutura do seu discurso e raciocínio, palavras em latim e conceitos complexos. Por exemplo, no texto, na citação “Vinte e dois pescadores destes se acharam acaso a um sermão de Santo António, e as palavras do Santo os fizeram tremer(...)”(ll.16 a 19), tem a função de ensinar com recurso a um exemplo de Santo António.

delectare tem a função de agradar através de recursos expressivos cativantes, como a interrogação retórica “Pode haver maior, mais breve e admirável efeito?”,(ll.3 e 4), dinamismo no discurso, artifícios teatrais e vivacidade na descrição.

Por último, movere tem o objetivo de persuadir os homens, através de um discurso apelativo (interjeições, interrogação retórica) para que estes sejam confrontados com os seus vícios e comportamentos. Temos como exemplo, “Pois é possível que pescando os homens cousas de tanto peso, lhes não trema a mão e o braço?!” ( ll.14  15).

Concluindo, o uso eficaz da eloquência tem como objetivo principal persuadir o auditório, para que este tenha noção das suas atitudes e as modifique.

 

 

(Agora só com as 120 palavras pedidas)

 

   No Sermão de Santo António conseguimos identificar o uso dos três objetivos da eloquência: docere (função pedagógica), delectare (função estética) e movere (função moralizadora).

    Primeiramente, docere tem o objetivo pedagógico, como se comprova no excerto, quando se refere as ações de Santo António.(ll.16 a 20)

   delectare tem a função de agradar através de recursos expressivos cativantes, como a interrogação retórica “Pode haver maior, mais breve e admirável efeito?” (ll. 3 e 4).

   Por último, movere tem o objetivo de persuadir os homens, através de um discurso apelativo para que estes sejam confrontados com os seus vícios e comportamentos. Temos como exemplo, a interrogação retórica “Pois é possível …lhes não trema a mão e o braço?!” ( ll.14  15).

 

 GRUPO II



 

 

1. A

2. B

3. C

4. C

5. C

6. D

7. B

8. A

9. Oração subordinada substantiva relativa completiva

 


Correção do 1ºTeste, a partir das respostas dos alunos (Turma C)

 



GRUPO I

 

1.    Este excerto, que foi retirado do Sermão de Santo António aos Peixes, está situado no Capítulo III ao nível da estrutura externa e faz parte da primeira confirmação, ao nível da estrutura interna, quando o orador destaca os louvores dos peixes em particular.

 

2.         2.      Tendo em conta o excerto, a alegoria nele presente prende-se com a rémora.

       A interpretação literal que podemos retirar é que este peixe se liga ao leme de uma nau, prendendo-a e amarrando-a, mesmo sendo “tão pequeno no corpo”.

      Porém, a intenção do orador é destacar a rémora como símbolo do poder da palavra (“tão grande na força e no poder”). A língua de Santo António é vista como uma rémora na terra, visto que tem a capacidade de domar as paixões humanas: soberba, cobiça, vingança e sensualidade. É, assim, feita uma crítica social à fraqueza do ser humano que, perante as paixões humanas, cede sempre à tentação de as escolher e de não obedecer à razão, pois não revela força suficiente para resistir às futilidades do mundo.

 

3.        No excerto, através da alegoria das naus, orador pretende criticar os vícios que elas representam, de modo a consciencializar o auditório dos seus erros para que os possa emendar.

   Assim, em primeiro lugar, faz referência à "Nau Soberba" (l.20), que representa o vício da arrogância, apresentada aqui como defeito dos fúteis. (“ velas inchadas do vento”).

   Em segundo lugar, a "nau Vingança" (l.24), que nos remete para o facto do ser humano ser vingativo e tem sempre "a artilharia abocada e os bota-fogos acesos" (l.24).

   Em último lugar, a "nau Cobiça" (l.27), que refere que somos ambiciosos em demasia e gananciosos, pois desejamos, às vezes com inveja, tudo o que não temos, acumulando bens materiais de que não necessitamos "sobrecarregada até às gáveas e aberta com o peso por todas as costuras…" (l. 28).

 

4.       Um dos recursos expressivos presentes no excerto é o quiasmo (“alvedrio-razão; razão-alvedrio). Este pretende destacar que a natureza do ser humano é composta por livre arbítrio e razão, já que o ser humano é dotado de racionalidade. Mas em vez de se guiar por ela, na maior parte das vezes, rejeita-a e prefere guiar-se pela vontade, agindo de forma menos própria para consigo e para com os outros.

 

5.       No capítulo V do Sermão de Santo António, são enumerados vários tipos de peixes com o intuito de evidenciar os seus vícios e, por semelhança, os defeitos dos homens.

        Um dos peixes referidos são os pegadores. Pegam-se aos peixes maiores e vivem à custa deles, pois usufruem da comida que estes caçam e nadam à boleia. No entanto, quando os maiores morrem, os pegadores morrem com eles.

      Estes peixes representam as pessoas oportunistas que se aproveitam umas das outras, revelando-se parasitas sociais, pois vivem à custa do outro e aproveitam-se dele, tornando-se ociosos e um fardo para a sociedade, dado em nada contribuírem para a sua evolução. Um bom exemplo, na atualidade, deste tipo de pessoas, são os que procuram a companhia dos mais ricos, na tentativa de beneficiarem com esse conhecimento ou, ainda, os que concorrem a reality shows apenas com o objetivo de se fazerem notados para disso tirarem dividendos sem muito esforço e trabalho.


6.    O Sermão de Santo António aos Peixes tem como objetivo sensibilizar os homens para que mudem os seus comportamentos condenáveis e, para isso, o orador usa os objetivos da eloquência, a fim de persuadir o auditório.

             Padre António Vieira recorre a três elementos para a eloquência do Sermão.

       Um deles é docere, que tem uma função didática e pedagógica. Para isso, usa exemplos de autoridade, como citações do foro sagrado, referência à vida exemplar de santos, textos bíblicos, obras de autores clássicos, bem como recorrência à realidade  observável  para fundamentar o seu ponto de vista.

       O segundo é movere, com uma função moralizadora, cujo objetivo é persuadir os homens a mudar as suas atitudes, emendando os seus erros. Para isso, emprega um discurso apelativo, usando interjeições, interrogações retóricas, apóstrofes, alteração do tom de voz e uso de recursos expressivos com esta finalidade.

     Por último, delectare, que cumpre uma função estética, usando recursos expressivos (alegoria, metáfora, comparação, anáfora, quiasmo…) para agradar aos ouvintes, de modo a que estes se interessem pela mensagem do orador.

       No excerto, podemos ver um exemplo do primeiro, quando Vieira refere o Apóstolo Santiago, “naquela sua eloquentíssima epístola, compara a língua ao leme da nau e ao freio do cavalo” (ll.11-13); de “movere” “Oh, se houvera uma rémora na terra que tivesse tanta força como a do mar, que menos perigos haveria na vida, e que menos naufrágios no mundo!” (ll.6-9); e de “delectare” “O leme da natureza é o alvedrio; o piloto é a razão: mas quão poucas vezes obedecem à razão os ímpetos precipitados do alvedrio?” (ll-16-17).

       Estes elementos conjugam-se simultaneamente de forma perfeita no Sermão de António Vieira.

(Agora só com as 120 palavras pedidas)

 

   O Sermão de Santo António aos Peixes visa sensibilizar os homens para a mudança de comportamentos condenáveis e, para isso, o orador usa os três objetivos da eloquência, a fim de persuadir o auditório.

   Um deles é docere, cuja função pedagógica pode ser comprovada no excerto, quando Vieira refere a epístola do Apóstolo Santiago (ll.11-13).

   O segundo é movere, com uma função moralizadora. Para isso, emprega um discurso apelativo, como se atesta em “Oh, se houvera uma rémora na terra(…) (ll.6-9).

  Por último, delectare, que cumpre uma função estética, usando recursos expressivos para agradar aos ouvintes, de modo a que estes se interessem pela mensagem do orador, conforme é visível no emprego do quiasmo, presente nas linhas 16 e 17.

 

GRUPO II

 

1. C

2. A

3. D

4. B

5. C

6. A

7. C

8. D

9. Oração coordenada adversativa

             

quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Se eu fosse um peixe…

                                            Domínio da Escrita

                                                      Texto criativo

              Se eu fosse um peixe…

 

Agora que já conheces o Padre António Vieira e a importância que teve no seu tempo na denúncia das injustiças, pondo em destaque os vícios dos homens, desafio-te a imaginar, tendo em conta os teus defeitos e qualidades, que peixe serias, se pertencesses ao auditório do Sermão.

 

Vais redigir um texto criativo.

1. Faz uma pequena introspeção e regista os principais traços da tua personalidade.

2. Elabora um plano, onde, por tópicos, registes as características físicas, psicológicas e morais (qualidades e defeitos) que pensas ter.

3. Pesquisa um peixe que possua características que se adequem à tua personalidade.

4. Redige um texto no qual relaciones as características do peixe com as tuas.

5. Tenta ser criativo, utilizando recursos expressivos como os que encontraste no sermão, a fim de enriquecer e embelezar o teu texto.

6. Tem atenção à construção frásica e ao vocabulário utilizado.

7. Pontua devidamente o teu texto.

8. Deves entregar o teu texto à professora no prazo combinado. 

9. Bom trabalho e diverte-te!

         


Direitos Humanos

 

Domínio da Oralidade

                      DIREITOS HUMANOS

(No âmbito da Cidadania e Desenvolvimento)

 

Em pleno séc. XXI, as palavras do Padre António Vieira continuam atuais, denunciando as injustiças, atacando os poderes dominantes, revelando as grandes desigualdades que ainda imperam no nosso quotidiano. 

Vais preparar em grupo, até quatro elementos, uma apresentação oral em que investigues um tema sobre a violação dos direitos humanos.

 

1. Começa por pesquisar o tema escolhido.

2. Reúne a informação recolhida sobre o tema e organiza-a devidamente.

3. Escolhe uma forma de apresentar oralmente à turma esse tema.

4. Relaciona esse tema com alguma característica presente no Sermão de Santo António (aos Peixes).

5. Gere adequadamente o tempo da apresentação (3 a 5 minutos).

6. Tenta ser criativo na tua apresentação, experimentando formas diferentes de apresentar esse tema.

7. Bom trabalho!



 

sábado, 2 de novembro de 2024

Sermão

 Correção págs. 35 e 41



C. A retoma do conceito predicável justifica-se pelo facto de Vieira mudar de auditório, passando a dirigir-se aos peixes. Logo, explora novamente as funções do «sal», associando-as às do Sermão.

2. Através da apóstrofe «irmãos peixes», o pregador identifica o destinatário do seu sermão – os peixes –, dando continuidade à apresentação dos louvores, através de um discurso alegórico, no qual usa os peixes como exemplo de virtudes ou vícios humanos.
Ao considerar os peixes «irmãos», o pregador estabelece a ligação com os homens, que são, de facto, o seu auditório real e a quem quer (in)diretamente atingir. Constrói-se, assim, a alegoria: os peixes – elementos concretos – são louvados e criticados, porém, no plano abstrato, pretende-se criticar os seres humanos.


3. No quarto parágrafo, Vieira elogia a atitude dos peixes, que vivem afastados dos homens, não se deixando domesticar, considerando que «se não fora natureza era grande prudência» (l. 39), numa clara crítica aos
homens, corrompidos e corruptores. Neste sentido, o episódio do Dilúvio constitui um exemplo de autoridade que comprova a opinião do pregador: só os peixes escaparam ao castigo universal, porque, de todos os animais do ar e da terra, apenas eles se mantiveram puros, longe do homem e da sua corrupção.

3.1 SugestãoHá a presença do objetivo docere, através das referências a autores clássicos (l. 29), a exemplos bíblicos (l. 50) e Doutores da Igreja (l. 56). Está ainda presente o objetivo movere, através do conselho aos peixes para se manterem afastados dos homens (ll. 40-41), bem como a constatação de que o seu afastamento é a atitude mais prudente (destaque-se o uso do imperativo e do vocativo na linha 58).

4. 
a) 1; 
b) 2; 
c) 3

Página 41

«Ah moradores do Maranhão, quanto eu vos pudera agora dizer neste caso! Abri, abri estas entranhas; vede, vede este coração. Mas ah sim, que me não lembrava! Eu não vos prego a vós, prego aos peixes.» (ll. 35-37)
– «Se eu pregara aos homens, e tivera a língua de Santo António, eu os fizera tremer.» (ll. 81-82)


3. 
a) 3; 
b) 2; 
c) 1.





domingo, 27 de outubro de 2024

 Correção pág. 31


 1. O conceito predicável é «Vos estis sal terrae», extraído do NovoTestamento. A metáfora do sal diz respeito ao facto de o sal na época ser usado para conservar os alimentos, não os deixando deteriorar. Assim, também os pregadores deveriam conservar as almas («terra») e preservá-las da corrupção.

2. a)Os pregadores não ensinam a mensagem do Evangelho. b) Os ouvintes recusam a doutrina cristã. c) Os comportamentos dos pregadores não são coerentes com as suas palavras. d) Os ouvintes imitam a condutados pregadores e não as palavras da doutrina, que eles proferem. e) Os pregadores, por vaidade, centram o ato de pregar em si enão na mensagem cristã. f) Os ouvintes não se guiam pelas palavras de Cristo, mas pelos seus impulsos pecaminosos.

3. Como Cristo ensinou, os maus pregadores devem ser desprezados e expulsos da comunidade. Se os ouvintes ignorarem os pregadores, estes devem virar-lhes as costas e pregar aos peixes.

3.1 O ato de pregar aos peixes, enão aos homens, sugere a indignação do orador pelo facto de os seus semelhantes ignorarem apalavra que os pode salvar. Ao dirigir-se aos peixes, Santo António denuncia a inconsciência dos homens, que parecem ter menos sensatez do que os animais irracionais.

4. Santo António é um exemplo para António Vieira não só por ser um grande orador e um homem virtuoso («o zelo da glória divina, que ardia naquele peito», l. 41)como também por ter tido a per-sistência de não deixar de pregar quando os homens o ignoravam. Vieira pretende seguir-lhe as pisadas e continuar a pregar aos colonos do Brasil, apesar de estes não estarem a seguir os seus ensinamentos.

5. O orador dirige-se a Maria (mãe de Cristo) para lhe pedir inspiração. Segundo Vieira, o nome signi-fica «Senhora do mar»; e, como o Sermão tem um tema marinho, é a esta figura que o pregador pede auxílio para a sua tarefa.



 Cap.V do Sermão de Stº António(aos peixes)


Se pretendes conhecer as histórias e as personagens da bíblia referidas neste capítulo, clica nos links.

David e Golias


CAIFÁS

Herodes- Foi durante o seu reinado que nasceu Jesus, segundo a narrativa bíblica. Herodes foi visitado pelos três reis magos, que foram adorar o Rei dos Judeus, Herodes pediu aos magos que seguissem para Belém e que depois voltassem para o informarem se tinham conseguido encontrar a criança; porém, os Magos foram avisados num sonho a seguir outro caminho e não passarem pelo palácio de Herodes.
Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que fossem mortos todos os meninos com menos de dois anos em Belém e nas redondezas.

Nabucodonosor

Coro dos Escravos Hebreus-Giuseppe Verdi-Ópera Nabuco


Simão Mago




quarta-feira, 23 de outubro de 2024

CAP. IV do Sermão

 

  • Repreensões aos peixes/homens, seguindo o método usado para os louvores dos peixes/homens: do geral para o particular. 

  •         Primeira Repreensão -OS PEIXES COMEM-SE UNS AOS OUTROS 
  •                                              (OS HOMENS COMEM-SE UNS AOS OUTROS) 
  •       Apelo à Observação:
  •                                         Vedes Todo aquele bulir 
  •                                         Todo aquele andar
  •                                         Aquele concorrer e cruzar 
  •                                         Aquele subir e descer
  •                                         Aquele entrar e sair 

  •       TUDO AQUILO é andarem buscando os homens como hão-de comer e como se hão-de comer.

  •  Valor da enumeração introduzida pela forma verbal “vedes” para caracterizar as ações humanas praticadas na cidade, e que os peixes devem observar.
  •  A enumeração remete para a ideia de movimento, para a agitação motivada pela ambição de alcançar certos objetivos sociais pela parte dos seres humanos.
  •  Nominalizações/ Substantivação do infinitivo verbal.

  •  Alguém que morreu:
  •  Comem-no os herdeiros
  •  Comem-no os testamenteiros 
  • Comem-no os legatários
  • Comem-no os credores
  •  Comem-nos os oficiais dos defuntos e dos ausentes 
  • Come-o o advogado 
  • Come-o o sangrador 
  • Come-o a mulher
  •  Come-o o coveiro 
  • Come-o o tocador de sinos 
  • Comem-no os padres 

  • Algum réu em julgamento 
  • Come-o o meirinho 
  • Come-o o carcereiro 
  • Come-o o escrivão 
  • Come-o o solicitador 
  • Come-o o inquiridor 
  • Come-o o médico 
  • Come-o a testemunha 
  • Come-o o julgador 

  • CONCLUSÃO – Ainda o não comeu a terra e já o tem comido toda a terra Ainda não está executado nem sentenciado e já está comido.
  •      Valor polissémico do verbo “comer”: O verbo “comer” não significa apenas alimentar-se, ingerir alimentos; neste contexto significa usurpar o dinheiro do defunto, explorá-lo.

  •                                                Os peixes / homens comem os mais pequenos.
  •                                                         Os peixes grandes comem os pequenos

  • Os homens comem não só o povo, mas a sua plebe . Os homens não só se comem, mas engolem-nos e devoram-nos . Os homens devoram e comem como se se tratasse de pão.

Aponta-se o terrível defeito que os peixes/homens têm de se comerem (explorarem) uns aos outros devido à sua cobiça desmedida, o que prova a sua crueldade, a sua maldade, a sua injustiça. 
Também se deixam enganar facilmente, movidos pela vaidade.
Comem-se os mortos e Comem-se os vivos:

a um réu comem-no o meirinho, 
o carcereiro, 
o escrivão, 
o solicitador, 
o inquiridor, 
o médico,
a testemunha,
 o julgador

 No último parágrafo, o orador tenta persuadir o auditório a mudar a sua conduta de antropafagia social (vício de se comerem uns aos outros).


  •                       Segunda Repreensão-  A IGNORÂNCIA E CEGUEIRA DOS PEIXES 

  • Caem tão facilmente no engodo da isca . Enganam facilmente os indígenas.

  •                               CONCLUSÃO- Os peixes /homens são muito cegos e ignorantes

terça-feira, 22 de outubro de 2024


              Para leres um  resumo do capítulo III, clica no link.

                                          CAPÍTULO III

 Proposta de correção pág. 47


1.1 As repreensões aos peixes servem, indiretamente, para agitar as consciências dos homens e para os fazer refletir sobre os seus atos, caso não sirvam também para corrigir os seus comportamentos.

2. A circunstância de os peixes se comerem uns aos outros representa, por analogia, o facto de os homens maltratarem os seus semelhantes de diferentes maneiras. São, sobretudo, «os grandes», com mais poder (financeiro, institucional, social, etc.), que oprimem, exploram ou enganamos mais humildes («pequenos»).

3. Através de verbos que remetem para sensações visuais(«Olhai», «vedes»), o orador demonstra a «carnificina» (metafórica) nas cidades, onde os homens se «devoram» numa escala muito maior do que a que se vê entre os verdadeiros canibais do «Sertão». No primeiro caso, a antropofagia é social.


4. A citação bíblica expressa a repulsa do pregador por haver homens que «devoram» outros homens, como «um pedaço de pão». A transcrição do AntigoTestamento confere autoridade ao argumento do pregador e sublinha a condenação deste ato, que o texto sagrado reprova comveemência.

4.1  a) 2; b) 3.

5. Neste passo, censuram-se os homens pela sua ignorância («cegueira»), visto que a sua ambição por honrarias e títulos os levam a arriscar e a perder, por vezes, avida (na guerra).

6. O orador questiona os colonos do Maranhão sobre o modo como se deixam «pescar», ou seja, como são ludibriados. Na sua resposta, o orador acusa aqueles que se deixam levar pela vaidade, valorizando a beleza e a aparência: fascinam-se com os «trapos»(tecidos, roupas) que chegam de Portugal (já fora de moda) e endividam-se para os comprar.

7. Ao contrário de outros homens, Santo António não se deixou enganar nem se envaideceu, apesar de ser uma figura admirável. Desdenhou das futilidades do mundo e abraçou a vida religiosa.

8. Nos dois parágrafos finais deste capítulo, cumprem-se os objetivos do Sermão. A ideia de ensinar (docere) está presente no exemplo de Santo António, que repudiou sempre a vaidade(«Vede o vosso Santo António, que pouco o pôde enganar o mundo com essas vaidades.»).O efeito de deslumbrar(delectare)os ouvintes consegue-se pelo uso emotivo e artístico da linguagem, por exemplo, com recursos expressivos como a metáfora ou a interrogação retórica(«Não é maior ignorância, e maior cegueira deixares-vos enganar, ou deixares-vos tomar pelo beiço com duas tirinhas de pano?»).O efeito de persuadir (movere)alcança-se pela eficácia dos argumentos de Vieira e do exemplo de despojamento de Santo António, levando os ouvintes a mudar os seus comportamentos e, aqui, a desprezar a vaidade.