CORREÇÃO DO 2º TESTE (turma C)
Grupo I
1. Nesta passagem textual, o orador, que elogia os peixes em geral, concentra-se em defender e apresentar aos peixes a sua tese: quanto mais longe os peixes se mantiverem dos homens, mais a salvo estão (ll. 10-11).
O Padre António Vieira elogia o facto de os peixes não serem domesticáveis e não terem “comunicação com os homens”, pois, caso a realidade fosse ao contrário, os peixes sofreriam as consequências como todos os outros animais domados que morreram no Dilúvio, sobrando apenas um macho e uma fêmea. Isto aconteceu, porque os homens são seres corruptos, orgulhosos e manipuladores, afetando e corrompendo tudo aquilo que contactam, sendo alvo dos castigos de Deus. (Matilde)
1. O orador Vieira defende que quanto mais longe dos homens melhor (l.10) e que, durante o Dilúvio, apenas os peixes sobreviveram em totalidade por serem os únicos animais afastados dos homens.(l.20) Vieira afirma a sua tese, explicitando que, durante o Dilúvio, apenas sobreviveram dois animais de cada espécie ("Dos leões escaparam dois, leão e leoa, e assim dos outros animais da terra..."(l.13), "...e assim das outras aves" (l.14/15) mas dos peixes "todos escaparam" (l.15), isto porque todos os outros animais eram mais domésticos e tinham mais comunicação com os homens (l.20), ao contrário dos peixes que nenhum contacto tinham com os mesmos ("...os peixes viviam longe, e retirados deles." (l.20)
2. Para comprovar a tese, Vieira usa dois argumentos de autoridade: Santo António e Santo Ambrósio. Enquanto Santo Ambrósio refere o facto de os peixes escaparem, pois vivam longe dos homens (“porque os outros animais como mais domésticos, ou mais vizinhos, tinham mais comunicação com os homens; os peixes viviam longe e retirados deles” ll.18 a 20). Santo António indica que se afastou dos homens e se dedicou à religião (“Para fugir dos homens deixou a casa de seus Pais, e se recolheu, ou acolheu a uma Religião, onde professasse perpétua clausura” ll.30 a 32).Estes dois santos mostram como viver longe dos homens era a melhor escolha, tendo como exemplo os peixes. (Lara Nunes)
Através das citações retiradas da bíblia, texto sagrado, das frases dos sábios, ou da vida de Santo António, confere-se maior autoridade às palavras do pregador, pois está a ser invocada a palavra de Deus ou os exemplos de quem a pôs em prática. Desta forma, reforça-se o poder argumentativo do sermão, pois sendo esses argumentos de cariz religioso, adquirem um maior poder de persuasão.
3. A linguagem barroca é conhecida por ser exuberante, com um nível de língua cuidado, cheia de riqueza e complexidade, com muitos recursos expressivos, e uso de expressões em latim, como podemos comprovar no texto do sermão.
Neste excerto é possível detetar recursos expressivos, tais como a enumeração, "Dos animais terrestes o cão é tão doméstico, o cavalo tão sujeito, o boi tão serviçal, o bugio tão amigo , ou tão lisonjeiro, e até os leões, e os tigres com arte, e benefícios se amansam."(II.2 a 4); a anáfora, que se traduz numa repetição de palavras para dar ênfase ao que está escrito; é possível encontrar uma gradação que é utilizada para intensificar algo de forma crescente. (Luana)
Ainda podemos detetar o paralelismo, pois há uma constante repetição de palavras e ideias ao longo do 1º parágrafo. Nas linhas 2 e 3, podemos observar uma repetição das conjunções e/ou e do advérbio "tão"; nas linhas 5 e 6, o pronome pessoal "nos"; presente nas linhas 7 e 8, existe uma repetição da expressão "lá se".
Conclui-se, assim, que a exuberância da linguagem barroca está presente, entre outros aspetos, nos inúmeros recursos expressivos que o texto apresenta.
4. A Farsa de Inês Pereira, aos olhos dos comuns, tratava-se apenas de uma peça cómica sobre uma jovem que tinha o sonho de se casar com um homem que atendesse a todas as suas exigências. Mas, quem perdia tempo a pensar sobre esta obra, apercebia-se que se tratava de algo mais, uma crítica.
Ao longo desta obra, todas as classes são criticadas pelo seu modo de vida e pelas suas escolhas através de personagens-tipo, ou seja, personagens que representavam essas classes. O Clero foi, possivelmente, o grupo mais criticado em toda a obra. Desde o início, quando Lianor Vaz chega ao pé de Inês e da Mãe queixando-se de que um membro do Clero a havia assediado e sido violento com ela. Também mais tarde na peça, quando Inês se vai encontrar amorosamente com o Ermitão que também pertence ao Clero. Ambos estes exemplos servem para criticar a falta de compromisso com o voto de celibato que os membros do Clero tinham, e também a falta de discernimento dos mesmos.
Gil Vicente utilizou esta peça como modo de crítica para tentar chamar a atenção para os problemas do seu tempo, que ainda são bastante atuais. Embora não seja claramente visível, o dramaturgo estava à frente do seu tempo.(Madalena)
Grupo II
1.1- B
1.2- A
1.3- D
1.4- B
1.5- B
1.6- B
1.7- B
2.1- O
itálico está presente, porque se trata de um título de uma obra.
2.2 – oração subordinada
adverbial consecutiva.
GRUPO III
A escola, desde a primeira vez que se ouviu falar nela, tem sido o sítio onde a nossa identidade pessoal é moldada e onde o nosso pensamento crítico é desenvolvido.
Em primeiro lugar, se ninguém fosse à escola não haveria pessoas com as qualificações necessárias para exercer qualquer função que fosse. Quem é que seriam os nossos médicos? Quem é que seriam os nossos advogados? Quem é que seriam os nossos professores?
Se pensarmos bem, a escola é a base para uma sociedade capaz de entender.
Em segundo lugar, a escola não é só um sítio de formação intelectual, é também um sítio de formação pessoal. A partir do momento em que entramos pela primeira vez na escola a nossa identidade começa a ser formada.
Imaginemos uma sociedade onde ninguém ia à escola. Todos os jovens, todas as crianças ficavam em casa todos os dias. Como é que estas pessoas iriam evoluir na sociedade e tornar-se pessoas com capacidades intelectuais? Não iam. É por esta mesma razão que eu acho que a escola é essencial na formação de um ser humano.
Em suma, a escola é onde nós crescemos, evoluímos e nos tornamos em quem somos hoje em dia.(Laura)
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A escola é fundamental para a formação de um ser humano, que raciocina, sente e deseja. É, no nosso país, um centro de passagem obrigatória na infância e na adolescência, mas não nos ensina apenas os conteúdos das diversas disciplinas.
Além de nos ensinar a ser críticos, de nos ensinar a relacionar factos e de nos fazer entender o passado para proteger o futuro, também nos ensina a ser melhores pessoas. A escola incentiva-nos a ajudar o outro, a nos relacionarmos, a proteger os mais fracos e amar. A escola é uma prova viva de que juntos somos mais fortes. Ensina-nos a ouvir, mas também a nos expressar e ensina-nos que se sonhamos e desejamos atingir algo, devemos lutar para nos concretizarmos.
O efeito da escola faz-se sentir, por exemplo, nos jovens que não têm uma base familiar forte. Na escola, com a ajuda dos professores, auxiliares e de alguns colegas, sentem o apoio de que precisam e algum carinho.
Assim, a escola é fundamental para criar melhores pessoas e, consequentemente, um mundo melhor. No entanto, devia ser um direito universal e não só de acesso fácil nalguns países. (Ana Leonor)
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Todos os seres humanos têm direitos, sendo um deles o direito à educação. A escola é para todos e, citando Nelson Mandela, «Eu só posso ser Pessoa através das outras Pessoas», ou seja, temos de aprender com os outros para crescermos individualmente. E que melhor sítio para aprender senão a escola?
A escola é um espaço onde aprendemos muito do que levamos para a vida, não só o sistema digestivo e a Revolução Francesa, mas também como trabalhar e conviver com os outros e como lutar contra as adversidades da vida.
As aprendizagens que retiramos da escola são importantes na nossa formação, não só no modo como nos dá oportunidades para ter sucesso na vida como também de tornarmos esta sociedade melhor e mais instruída, talvez até para conseguirmos evitar conflitos e conseguirmos trabalhar todos para o bem comum e não o individual. Em muitos países esse direito à educação é violado, e as crianças que não têm formação nunca vão ter as mesmas oportunidades e conhecimentos do que as que tiveram acesso a ela, e, como consequência, esses países nunca serão instruídos como os outros.
A escola é importante nas nossas vidas, porque nos prepara para a vida adulta e porque nos dá oportunidades únicas de tornarmos esta sociedade melhor. (Madalena)
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Se me perguntassem, agora, “a escola é importante?”, eu iria
dizer que sim, mas talvez um pouco contrariada; porém, se parar para pensar na
pessoa que sou hoje, acho que já não responderia tão contrariada.
Ao pensar na
escola e naquilo que aprendemos, lembramo-nos logo da parte considerada
“chata”, a formação de rochas, as datas de nascimento dos reis, as orações…
(embora às vezes até seja divertido). Mas esquecemo-nos que foi na escola que
aprendemos os mais importantes valores. Foi a comunicar com os nossos colegas
que desenvolvemos a empatia e a capacidade de trabalhar em equipa. Foi nos trabalhos de
grupo que aprendemos como comunicar corretamente com os outros. Foi através do
estudo que nós desenvolvemos autonomia e proatividade. Eu sou como sou porque
estou na escola.
Mesmo que às
vezes vá à escola com falta de vontade, o meu futuro está determinado pelas
coisas interessantes que aprendo na escola, e sou feliz por isso.
Em suma,
acho que devíamos dar mais valor às pequenas grandes coisas que aprendemos na
escola, pois sem ela não seríamos as pessoas que somos hoje. (Matilde)